Essa
guerrilha ocorreu no início da década de 70, e aconteceu nas proximidades do rio Araguaia, entre os estados do
Pará, Maranhão e Tocantins (na época, parte de Góias). A “Guerrilha do
Araguaia” foi organizada pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B).
O partido
tinha o objetivo de obter apoio popular e enfrentar a ditadura a partir das
zonas rurais, dominar o Estado e organizar uma revolução. Antes da luta armada,
o partido tentou uma ação democrática contra a ditadura. A decisão
de atuar por meio das armas viria depois da decretação do AI-5 e do endurecimento do regime militar. Outros
partidos também tentaram seguir pelas armas no meio rural e urbano. O PC do B
manteve-se somente no campo, seguindo como exemplo o sucesso conquistado pelos
guerrilheiros cubanos e chineses.
O PC do B
tinha a perspectiva de desequilibrar a ditadura por meio da luta armada,
perante o endurecimento da ditadura, o partido enviou grande parte de seus
membros à região do Araguaia. A guerrilha foi estrutura a partir da Comissão
Militar, responsável pela coordenação de três agrupamentos menores, cada
agrupamento era composto por cerca de 21 militantes.
A
guerrilha seguia uma estrutura rígida e organizada. Acredita-se,
historicamente, que a guerrilha teria sido descoberta antes de qualquer
conflito, através de informações delatadas por um integrante do partido. Em
abril de 1972, o Exército brasileiro avançou até a região em busca de
guerrilheiros que viviam entre os civis.
Cerca de
setenta militantes do partido viviam na região, exerciam tarefas profissionais
de agricultor, farmacêutico, professor e comerciante. Aparentemente,
disfarçados em suas atividades, ninguém transparecia postura política. A
guerrilha resistiu por quase dois anos às investidas do Exército, que encerrou
o conflito na região do Araguaia, em dezembro de 1973, depois da aniquilação da
Comissão Militar.
Além de
sua base rural desmantelada, o PC do B também desmantelou-se nas áreas urbanas,
não conseguindo manter comunicação entre as suas bases. O Exército ao perseguir
e agir contra os guerrilheiros, investiu violentamente contra os moradores da
região, num clima de caça aos comunistas.
Estima-se
que o conflito tenha deixado 76 mortos, referentes à partidários e recrutados
da região. Na época, a guerrilha não foi abertamente noticiada na imprensa local
e nacional, mantida em sigilo pela dura censura da época. O governo só
noticiaria o fato, pela sua própria voz, depois de findado o conflito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário